terça-feira, 31 de janeiro de 2012

The Passenger 1975


Por Pachá
O cinéfilos mais antenados na obra de Antonioni podem me chamar de filisteu, mas confesso que o cinema de Antonioni nunca me tocou, como por exemplo o de Zurlini, Sica, Visconti...

Embora eu ache o The passenger (no Brasil Profissão: Repórter) um bom filme, não consigo alcançar a tal genialidade. Sempre acho os elementos dos filmes de Antonino carente de conexão, em The Passenger a cena inicial no deserto da África parece estar fora do contexto, se a idéia era mostrar o cansaço do repórter David Locke vivido por Jack Nicholson, creio que havia opções mais econômicas e tão mais contundentes de demonstrar. 

O enrendo do filme escrito e dirigido por Antonioni, ganha ares mais dinâmicos, embora em marcha lenta, quando David assume a identidade de seu colega de hotel que morre subitamente nos confins da África saariana. De posse de roupas, documentos e agenda de seu colega David passa a cumprir os compromissos anotados na agenda, neste fato algo curioso, uma vez que o falecido é um traficante de armas procurado pela policia do atual governo de um dos tantos países em guerra civil na África, no entanto todos os passos do traficante está na agenda, muito arriscado, pouco provável, mas ai também Antonioni não teria seu filme.


David abandona mulher e um enteado ou coisa que o valha, um emprego de rendimentos razoável em  jornal britânico e parte para sua aventura. Para uma vida mais excitante, no caminho conhece a gatinha (na época a cara da Fernando Torres) Maria Schneider ela mesma a do Ultimo Tango em Paris (Cadê a manteiga) uma moça misteriosa, que entra no contexto de forma um tanto curiosa, vejamos, em visita a casa na Inglaterra, David já no papel de Robertson o seu colega falecido na África, vê a tal moça. Cumprindo compromisso da agenda em Barcelona volta a esbarrar com a moça em um dos tantos prédio do arquiteto Gaudí, e ai logo pensei se tratar de uma espiã, muito obvio, Antonioni deve ter pensado o mesmo pois a moça é uma simples coincidência.

No mais o interesse do filme fica por conta da interpretação de Nicholson que na época era o galã da vez, no mesmo ano fez One Flew Over the Cuckoo's Nest (Um Estranho no Ninho), em 1974 Chinatown sem contar o clássico Easy Rider (Sem Destino) em 1969 e mais tarde O iluminado 1980 que lhe rendeu o Oscar de melhor ator.

Continuo a insistir no cinema de Antonioni por pura crença no cinema italiano de antigamente. A trilogia do silencio tem encantos em imagens e gestos que parecem, e dizem muito mais do que querem as palavras.


2 comentários:

  1. Bom garoto.
    Eu particularmente gosto desse filme mas tb ainda ñ o acho genial...
    gosto muito da exploração da imagem tomando lugar ao dialogo, gera uma tensão q eu gosto.
    Sabe d outra coisa, já assisti esse filme + d uma vez e em tempos bem diferentes. Na ultima vez q assisti foi ano passado e acho q pelo fato d estar vivendo na Africa, tive uma nova percepção pelo filme e acabei gostando ainda +... a questão política no continente ñ mudou muito, as relações entre pessoas costuma ser mesmo diferente por aqui, MUZUNGO é mesmo um misto d bwana e alienígena e a relação entre tempo e ação é muito diferente do ocidente.
    Enfim, eu gosto desse filme mas continuo a concordar c vc q ñ há nada d genial por ali... pode ser q um dia eu pense diferente.
    Abraço, V.

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    1. Nada melhor que um amigo cosmopolita, ainda mais agora habitando o continente africano. Muito boa suas observações V.

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