domingo, 26 de setembro de 2010

Viagem Sonora

16 bandas, 16 trilhas um livro e toneladas de sonhos.

6:30… Microfonia, distorção...

E o Cérebro Eletrônico me diz que é hora de levantar, me visto, tento ser moderno, mas não consigo viver essa mentira. Deslizo por entre andares levado pelo som Maquinado de Lucio Maia, e crio meus argumentos para o dia.  Ganho rua, vivo o instante, “So long, baby” Wedding Present, sinto saudades de quem nunca conheci. Estou quase desperto, minha jornada está apenas começando. A escada rolante serpenteia para cima, e nos fones o que rola é vigoroso, “Much Too Much” e The Who me lembra, quem precisa de escadas que rolam? Pego escada de concreto e esvazio meus medos nas asas de Doves, “There goes the Fear”, espero, observo e lembro dos meus Heróis, Ronnie Von me indica Flash Gordon. O som é aleatório o estilo livre, mas um samba quer entortar minha viagem, entro no Rock e pulo no vagão do metrô junto com os primeiros acordes de “Kiss me  on The bus”, que me faz viajar na menina sentada, que me ignora, não vê Minha Carinha Triste. Então sigo os conselhos dos Autoramas, libero sonhos lascivos com tantas opções quanto tentáculos de uma lula e vou sufocando minha fome de amor, permito que Barbarela, Ana Belle, Vampirela preencham minha imaginação cedidas gentilmente por Scandurra, voou para longe, aguardo, e Adam Green me dá coragem, sussurra, e o convite para dançar é feito, “Dance With me”  e então bailamos como dois a rodar, tenho saudades de certa garota. Nesse vagão cheio de sonhos, vivo o instante. O iguana me traz à realidade, me lembra do abismo, “Living on the edge of night”, minha jornada está quase no fim, desperto, os sonhos esmagados, vazio, me sinto um Zero, reflito, observo, mas sinto o sangue fluir com a fúria de um Astro Zombie, caminho, observo, uma trilha me diz que isso é a grande dádiva, confuso não sinto nada, no fim da jornada, vivo uma realidade de horas roubadas me restando sonhar com sons que nunca ouvi, com rostos que nunca me sorri, aguardo, como “Smokers outside the hospital doors” e sinto o ambiente, vejo pessoas, e idealizo um amanhã que nunca chega, pois todos os dias é uma sorte e um castigo.

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