segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dementia 13 - 1963


Por Pachá
Terceiro filme de F F Coppola que na época era pupilo de Roger Corman, este assinou a produção executiva de alguns filmes de Coppola. Dementia 13 é um deles.

O filme de Coppola tenta, e em minha percepção consegue, criar atmosfera dos contos fantasmagórico de Allan Poe. Tecnicamente o filme é sofrível, com cortes bizonhos, iluminação precária e estrutura com alguns furos, como por exemplo o sumiço de certos personagens, não digo assassinado, mas de sair de cena sem muitas explicações. Mas guardando e evitando os anacronismos, o filme de Coppola é convincente dentro de sua proposta, terror B com diversão assustadora.

A trama gira em torno de uma rica família irlandesa assombrad por uma tragédia, a morte da caçula Kathleen. E ai entra o olhar clinico de Coppola, hoje é fácil dizer isso, ao escolher as locações que ajudaram a criar o clima "Poeniano"um castelo medieval com ares macabros. O roteiro de Jack Hill (famoso com filmes blaxploitation) e Coppola não escondem as influencias Hitchcokiana, basta ver o assassinato da mulher ao sair do lago, morta a machadada, que pode muito bem ser comparada a Psychose de 1960, a clássica cena da morte no banheiro. Aliás essa era a proposta de Corman fazer um filme bem ao estilo Psychose.

Nas assustadoras paredes, passagens e jardins do castelo Haloran as mortes começam a acontecer, mas o  assassino é oculto até o último minuto reservando boa dose de mistério  e suspense.

As  interpretações são um ponto forte da fita. William Campbel convence como Richard Haloran o primogênito atormentado, artista tentando sair da sombra do falecido pai também artista. Tem a ambiciosa Luana Anders como Luise Haloran tentando dar um golpe do baú. Não cabe dizer se houve ou não uma preocupação com a formação dos atores, pois trata-se de um filme de baixo orçamento, mas o que me chama a atenção é que muito do filme esta no bom entrosamento dos atores, boas falas, expressões convincentes...

E por se trata de um filme B, a criatividade costuma voar alto, e Coppola mostra porque é um dos grandes diretores. E ao final do filme você vai perceber uma referencia do filme de Coppola para criação do imortal Jason de sexta-feira 13, 1980 de Sean S Cunninghan.


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