Em sonhos de Bunker Hill encontramos Arturo Bandini com 21 anos tentando sobreviver na cidade dos anjos em plena explosão do cinema americano dos anos 30. O quarto de hotel é o mesmo de Pergunte ao Pó, mas agora ele não tem mais uma deusa Maya de sandálias esfarrapadas, a intrigante e masoquista Camila Lopez, tão pouco conserva a pureza e moralidade de caipira. Arturo se converteu a um mundo pervertido, cínico e imoral.
As histórias de Arturo continuam povoadas por indivíduos perdidos, desorientados como, Velda Van der Zee sua primeira e desastrosa parceria de um roteiro para as telas, Sin City. Ou Frank Edginton roteirista com quem Bandini passa horas e dias jogando jogos infantis; pega varetas, bola de guede etc.
Sonhos de Bunker Hill é quase um livro póstumo, foi lançado em 1982 um ano antes da morte de Fante devido a diabetes que contraiu em 1955. Como estava cego e sem as duas pernas, o livro foi ditado pra sua mulher Joyce. E é de se espantar como em nenhum momento ele passa isso para as páginas, ta certo que não é um grande livro, como Pergunte ao Pó ou Espere a primavera Bandini. Mas tem magnetismo, vida pulsante. Para quem curte escritores malditos, e que segundo o velho safadão Bukowski não tem medo de sentir emoções Fante é parada obrigatória.
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