quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Estranha Jornada

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Triunfo da morte - Brueghel
Por Pachá
Por falta de coragem ou furor, entregamos-nos a atos desesperados e derradeiros, vivemos em nossas mentes uma vida que nos é negada dia-a-dia. Há quem transforme medo da morte em medo de viver. Há aqueles que ausência de excentricidade os protege de males maior, mas todos são novatos no inevitável caminho que cedo ou tarde trilharemos.


Desistir de tudo simplesmente por não ter vontade para nada requer determinação e egoísmo homérico, mas qual remédio para alma e coração do qual mente é herdeira? O que fazer para aplacar vazio que enche nossos dias de melancolia sem fim? A tênue linha entre vida e morte evita sofrimento para tais respostas pensarão alguns, vazios e dilacerados pelo oficio de viver. Como erguer armas contra um mar de problemas e dar-lhes cabo? O quão nobre pode ser uma vida diante das pedras e sorte ultrajante? Restando a torpe sensação de vida perdida de menos um dia ou mais um dia.

Certamente Shakespeare tinha essa sensação dado agonia de algumas obras, Hemingway também, caso contrário não teria estourado os miolos, Cesare Pavese também sentiu peso e  fardo da vida, assim como todos que possuem sonhos patéticos com esperanças passadas, pois fugas imediatas do imediato já não são lastros necessários à vida, sem eles tudo é som e fúria sem o menor sentido, transformamos-nos em Édipos ao viver na tragédia entre a aparência e o real.

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