terça-feira, 10 de janeiro de 2012

The Mechanic 1972


Por Pachá

The Mechanic de 1972 com direção de Michael Winner em minha percepção é dos melhores filmes estrelado por Charles Bronson. Os primeiros dez minutos do filme é qualquer coisa entre, belo e sublime dos filmes de hitman. O tema de assassinos profissionais me atrai, e não há, pelo menos dos que já assisti até o presente momento de vida cinéfila, filme com tamanho requinte.

Winner cria um hitman desprovido de toda e qualquer humanidade, Arthur Bishop não mata simplesmente por dinheiro, e como próprio diz “... O assassinato é apenas mais uma forma sem licença de matança. E todos matam; Governantes, políticos, policias.”  O que nos sugere que o processo do assassinato é que lhe atrai. E Bishop tem métodos elaborados no requinte do planejamento, de profundo estudo da vitima; hábitos, fraquezas etc. E a partir destes engendra assassinatos que mais parecem acidentes.

O roteiro de Lewis John Carlino acerta não só pelo equilíbrio das cenas de ação e conflitos do protagonista, mas levanta olhar sobre a postura ética e moral diante da morte. A cena em que a namorada de Steve McKenna (Jan-Michael Vicent) tenta o suicido sob a observação de Bishop e o próprio Steve dá a dimensão. Enquanto a namorada corta os pulsos para tirar alguma reação de Steve. Bishop limita-se a descrever o processo, primeiro pergunta o peso da moça, 53 kg em seguida o processo; primeiro você vai sentir frio depois uma vontade de dormir um sono do qual jamais acordará. Isso levará de 2h a 3h. Como aprendizado da situação Bishop explica “... é preciso criar sua própria cartilha de sobrevivência, não importa os métodos, ela o manterá vivo.” E o desapego por qualquer sentimento é lição principal.

Embora sem planejar, Bishop vê nesse fato um traço marcante e decisivo para aceitar Steve como seu pupilo. O rapaz é igualmente desprovido de sentimentos pela vida humana. Mas o primeiro trabalho da dupla é uma bagunça e desperta o desgosto dos empregadores de Bishop.

Dado isto, o roteiro deixa claro que não há espaço para crises de consciência ou mesmo tentativa de abandono da profissão, uma vez que Bishop faz o que faz por natureza e nada tem a haver com falta de opção. Bishop é rico, já era rico quando decide ser um hitman. E ai fica a interpretação de cada um dentro de suas reflexões do por que.

O filme de Winner é bom exemplo de filmes de ação onde a morte espreita através de uma lente de rifle ou mesmo binóculo.

Assisti ao remake de The Mechanic 2011 com Jason Statham como Bishop. A cena inicial tenta se equiparar ao de 1972, e cria certa expectativa, mas o filme se perde nas caras de mau e insensível de Jason e no jeitão de menino mimado de Bem Foster como Steve. 

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