terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Crossroads



Por Pachá
O livro de Furio Lonza italiano radicado no Brasil é uma varredura dos mais de 50 anos de existência desse escritor. Segundo ele em algum momento de sua vida ele fez um trato com cramunhão, jamais amaria e seria amado, o inferno, ou melhor, o conflito se dá pelo fato de que ele não lembra o que pediu em troca, essa busca por algo perdido é o próprio entendimento do que faz os seres humanos seguir em frente.

Atravessando as décadas do sec. passado Furio vai exorcizando demônios, transbordando humor ácido, mas derrapa no discurso de vencedor adormecido, do carinha culto carregado de ideologia atento para os problemas políticos e sociais do país, mas abandonado pela sorte, que nunca esteve no lugar e na hora certa e isso permeou sua vida de incertezas, atormentou sua vida emocional e o empurrou para um halo de amargura e solidão.

A estrutura narrativa é repleta de lembranças do passado, da terra natal Trieste, profissional jornalista, momentos políticos do Brasil e dois relacionamentos, primeiro Ana em seguida Helena. A sua critica a falta de senso estético, engajamento e ideologia da nova geração é ferrenha, as décadas, 80, 90... gerou seres humanos desprovidos de qualquer postura séria diante da vida e do semelhante, onde o nada os engoliu e regurgitou verdadeiras vacas de presépio a margem de tudo, na superficialidade de coisa alguma.

Crossroads é sobre as encruzilhadas que nos deparamos a todo instante, que nos cobra posturas, fugir ou lutar. Das armadilhas que caímos ou por inépcia ou excesso de segurança. Embora seja dirigido a geração passada, devido as referencias, o livro de Furio é leitura agradável que sugere balanço de vida, desde que se possua lastros para tal. Para gerações mais adiante é uma boa maneira de aprender costumes, estilos das décadas 60, 70... e o mias importante criar vínculos orgânicos com o passado e não somente viver num presente continuo.

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