quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

We need Talk about Kevin


Por Pachá
Lynne Ramsay dirige filme de suspense, de doentio jogo de poder entre mãe e filho. A mensagem primeira é que certas pessoas nunca deveriam ter filhos. Tilda Swinton em papel denso, correto e memorável é Eva uma mãe sem o menor tato com criança. Seu pequeno Kevin desde a tenra idade não reconhece sua autoridade e a intimida de todas as formas.

Ramsay entrega a trama em doses homeopáticas, em estrutura narrativa cada vez mais comum, onde presente e passado se fundem. Portanto o filme começa pelo final, presente. Eva é uma mulher atormentada, flutuando em lembranças que não pode ignorar, por mais que deseje o passado a perseguira pelo resta de sua vida. Desempregada, depressiva e morando em simplória casa dos arredores de pequena cidade Eva tenta reconstruir vida.


Cada personagem introduzido é seguido de lembrança de Eva para que assim o espectador vá costurando a trágica colcha de retalhos do roteiro, este adaptado do livro de 2003 da escritora norte-americana Lionel Shriver. O filme tem atmosfera de desgraça, tragédia quadro a quadro. Quando acompanhamos, nascimento, crescimento e amadurecimento do primogênito, Kevin (Ezra Miller) do casal, Eva e Franklin (John C Reilly). Os diálogos são escassos, calcado na primorosa imagem que aos poucos sopra véu que encobre a tragédia anunciada.

O filme é redondo na estrutura narrativa e interpretações, principalmente de Tilda em perfeita comunhão nas cenas com Ezra Miller no qual apenas linguagem dos olhares dita tensão entre os dois. Tilda ficou de fora pelo Oscar de melhor atriz nessas injustiças que Hollywood é mestre em fazer, dando Oscar a garota da tatuagem. Precisamos falar sobre Kevin concorreu em Cannes a premio de melhor filme, perdeu para Drive concorrência acirrada, mas em minha percepção Drive é superior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário