quarta-feira, 20 de abril de 2011

Rubber


Por Pachá
Rubber lançado em 2010 é um dos filmes que estava em minha lista para o festival do rio de 2010, mas que por razões diversas, não consegui assistir. Escrito e dirigido por Quentin Dupieux rubber é a uma homenagem ao estilo “sem razão alguma” e isso Dupieux não faz questão de esconder, nem tão pouco escamotear em imagens ou diálogos subliminares. Mas por outro lado enganam-se aqueles que acham o filme de Dupieux  uma parodia aos filmes non sense, sim, há o surreal e insólito, mas o filme tem estilo, além do “no reason at all” a começar pela cena inicial, grande plano de um deserto qualquer americano, que mais adiante sabemos que fica perto da Califórnia, aliada a uma fotografia bem trabalhada que foge aos filmes do gênero, mas ainda sim mantém a áurea desses. O dialogo inicial do policial vivido pelo ator Stephen Spinella, dá o tom, ao citar alguns filmes onde as coisas acontecem sem razão alguma. Logo somos apresentados a um pneu sem marca, que acorda no meio do deserto, como uma espécie de vampiro diurno, e começa seu aprendizado e contato com o mundo. Primeiro o plástico onde o pneu descobre poder esmagá-lo, em seguida um ser vivo, um escorpião, que também sente o peso da borracha, uma garrafa de vidro e ai vem a grande descoberta desse pneu, as coisas que ele não pode esmagar, ele pode explodi-las com seu poder scanner. Com esse novo poder o pneu descobre certo prazer em explodir seres vivos e logo ele começa a usá-lo em seres humanos.

Rubber bem poderia ser uma encarnação de Christine, adaptação do livro de Stephen King pelo mestre Wes Craven, visto que rubber também tem o poder de reencarnar em outros objetos inanimados. Dupieux cria uma narrativa de meta filme, onde o protagonista, pneu, faz e sofre a ação, assim como os espectadores que acompanha a jornada desse roliço e radial serial killer. A parte sanguinolenta do filme, como se espera desse gênero, também foi muito bem resolvida por Dupieux que optou por cenas estáticas e consumadas, fugindo dessa maneira do lugar comum, perseguições e vítimas idiotas ou inteligentemente idiotas, nos dando uma visão do futuro de rubber, uma invasão de um grande centro urbano, porém não sozinho, pois o pneu consegue despertar outros pneus com um novo poder e assim forma seu exército de pneus zumbis scanner.

Não será surpresa esse filme se tornar um Cult dos filmes non sense. No festival de Cannes de 2010 foi sensação na semana de criticas arrancando senão, aplausos, ao menos olhares e comentários curiosos do festival.


Stephen Spinella,
Roxane Mesquida,
Jack Plotnic







segunda-feira, 18 de abril de 2011

micMacs

Por Pachá
Exibido no festival do rio de 2010 que não conseguiu assistir, só agora é lançado em DVD, mais uma fábula do universo Jeunetiano sem a participação de Marc Caro, mas os elementos alegóricos do mundo de Jeunet são de fácil percepção, seja na iluminação em tons esverdeados, seja na fotografia de tons escuros criando o característico aspecto vintage de seus filmes do convívio gritante entre o antigo e o moderno.

O característico e inocente conflito dos personagens também está retratado, e como não era de ser, deixando para o espectador a sensação de superficialidade que permeia os personagens. Bazil (Dany Boon) um jovem da periferia de Paris que teve uma infância melancólica após perda do pai por uma mina explosiva, se transforma em um adulto solitário. Trabalhando como atendente em uma vídeo locadora tem sua vida mudada quando, durante um tiroteio uma bala se aloja em seu cérebro, mas não o mata. Ao sair do hospital e com um projétil alojado no cérebro Bazil conhece uma esquisita trupe que mora sob um lixão, onde tudo que possui vem da reutilização desse lixo. Bazil descobre que o fabricante da mina que matou seu pai é um acirrado concorrente do fabricante do projétil que está instalado em sua cabeça. E ai meu caro, o resto é um plano complicado para aniquilar os dois concorrentes, uma missão a lá Missão Impossível, aliás Jeunet faz referencia a esse filme. Micmacs não é o melhor filme de Jeunet, mas certamente vai divertir e atrair a atenção do espectador.

Atores:
Dany Boon,
André Dussolier,
Nicolas Marié,
Jean-Pierre Marielle.

domingo, 17 de abril de 2011

Bravura Indomita 2010


Por Pachá
O gênero faroeste está há muito fora do radar de Hollywood, mas isso não impediu os irmãos Coen de empregar sua visão contemporânea marcada por certo humor negro, grandes planos e cores desbotadas, para o clássico de 1969 adaptado na época por  Henry Hathaway. Ambos partiram da mesma fonte, ou seja, o livro de Charles Portis. Não assisti ao original, muito menos li o livro.

O fato, em minha percepção, é que a versão dos irmãos Coen cria de forma crua e sem romantismo uma época em que a vida humana valia pouco, não que esteja em alta nos dias de hoje, pois o banditismo era desenfreado e o ato de matar em legítima defesa era banal, e gerava dentro de certa ótica da lei e da justiça uma forma honesta e rentável de sustento, e dessa premissa os Coens tiram o humor negro.

Para os Coen que já havia tratado do tema em Blood Simple, apontar sua câmera para um tema previsível como são os faroestes, westerns se preferir, causa aos admiradores de filmes como Fargo, Onde os fracos não tem vez, um certo espanto, mas ainda sim os irmãos conseguem contemporizar esse tema tão desgastado por Hollywood. Jeff Bridges é o beberrão e caolho agente federal que é contratado por Mattie Ross (Hailee Steinfeld) para pegar o bandido que matou seu pai. O personagem da menina, Mattie de 14 anos, que barganha como o mais experiente comerciante, é bem desenvolvido por Steinfeld que parece a vontade contracenando com medalhões e queridinhos do cinema atual. Particularmente nunca fui fã de Jeff Bridges, mas o papel que na versão original foi de John Wayne, que inclusive abocanhou um Oscar por essa interpretação, caiu bem no estilo de Bridges. Outra participação que não tem mesmo brilho é a do Texas Ranger LeBoeuf vivido por Matt Damon. Filme válido para quem, assim como eu, admira o trabalho dos irmãos Coen.



sábado, 16 de abril de 2011

O Invasor

 Por Pachá
Desde o primeiro contato com a narrativa de Marçal Aquino, em Cabeça a Prêmio, que tenho muita admiração pelo seu estilo literário. A exemplo de Graciliano, Aquino tem escrita simples, embora não muito linear, porém precisa, sem meandros ou floreios que fica ainda mais estilosa quando ele subverte a ordem cronológica dos acontecimentos de sua narrativa, creio esta ser sua marca. Em O invasor é perceptível, pois se trata de pequenas passagens, mas o efeito é o mesmo que se tem em cabeça a prêmio, onde longas passagens antecipam ou explicam pensamentos e fatos que em nenhum momento compromete o prazer da leitura. O invasor, livro, finalizado quase que ao mesmo tempo em que o roteiro do filme de mesmo nome, logo um é fiel ao outro. Ler o livro é como assistir ao filme e vice e versa.

A trama é um drama de dois empresários, sócios de uma construtora, que encurralados pelo terceiro sócio, este majoritário, tomam medidas drásticas para resolver problemas onde está em jogo; dinheiro, padrão de vida e poder. Os dois sócios contratam um matador para acabar com o sócio majoritário. A partir daí toda a trajetória desse fato, é vista e sentida pelo personagem Ivan que não vê com bons olhos tal plano, mas que ainda sim concorda com seu sócio, Alaor, em encomendar a morte do terceiro sócio, Estevão. Consumado o plano Ivan é sugado por um halo de culpa, desespero e paranoia e em uma medida desesperada tenta re-arrumar sua vida com ações tão desesperadas quanto as que o colocou em tal situação.
No universo de Aquino não há heróis ou vilões, há apenas as circunstâncias que cria tal dualidade, o resto é fruto da natureza humana impelida para seu melhor ou pior.
Essa nova versão de editora má companhia, além do formato de bolso tem visual gráfico que lembra os as publicações pulp.e o preço é bem convidativo, 19 dinheiros.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Imagens Mágicas


Por Pachá
Pronto. As luzes se apagam. E tudo ao meu redor aguça ainda mais os momentos que precederam esse mergulho fugaz de fuga imediata da realidade que me rodeia; o cheiro da pipoca misturado ao de poltronas e carpetes gastos pelo tempo e uso, a conversa idiota do casal clichê, os irritantes sons de embalagens plásticas ou de papel, daqueles que divertem a fome enquanto ganham tempo, o cochicho do casal cult, o silêncio daqueles que como eu apenas querem devorar o tempo com parcimônia, e modesta, dos prazeres que ainda nos são outorgado. São duas horas de esvaziamento total de vontades preenchidas pelas imagens prontas que nos sugere; dor, perda, amor, ódio, alegria. De imagens que mexem com nosso imaginário que banham nossas retinas e ativam complexas reações neuroquímicas liberando doses de endorfina, serotonina, oxitocina.

No escuro a catódica luz me guia a nova e delicada realidade, frágil como bolha de sabão, mas que dura uma centena de minutos, sorvidos, inflados que desnorteia minha noção de tempo. Eles não são um bando de bocas, dubladas, legendadas. Suas mensagens são diretas, por vezes subliminares em imagens que instigam o voyeur pronto a despertar dos recantos mais obscuros da alma e mente, esta, atenta a imagens que podem nos perseguir por dias, meses, anos até, guardadas em nosso subconsciente, prontas a emergir na mais iminente associação, e ai, vida imita a arte.

Desfaço-me de pensamentos clichês, procuro nas cores e sons os sentidos de algo maior, mas nem sempre é possível dar sentido a sons e fúrias desse caleidoscópio e tudo não passa de bocas falantes, abrindo e fechando sem nada a dizer. O tempo me é roubado, sem recompensa, sem a percepção de troca justa, sem pedidos de desculpa. Inebriado pelas possibilidades, minha mente vaga por planos, cortes e movimentos na tentativa de qualquer detalhe que alimente emoções, sensações por mais barata que sejam, mas, as vezes o todo é pior do que ruim... é quase bom. E nessa triste constatação, me resigno e por fim acalento expectativa de melhores emoções, melhores sensações. Me esparramo na poltrona de meu mundo desfeito.

A persistência é inesgotável, assim como oferta. As favas bonecos, aplausos e cadeiras, quero emoção minha e somente da minha percepção, quero tudo com meu pensamento investigar e assim moldar minha opinião. E ao sair desse escuro sonhador que as idéias não se vaporizem diante da brilhante e fria realidade.

Pachá ® Todos os direitos reservados

quinta-feira, 14 de abril de 2011

The Red Elvises


Por Pachá

A primeira vez que escutei essa banda foi em uma trilha sonora do filme Botched. Formado em 1995 por dois russos, Igor Yuzov and Oleg Bernov, que vivem em Los Angels. O som é um mistura de rockbilly com polca, valsa e por mais estranho que possa parecer tal crossover, o resultado é bem interessante e engraçado, basta ver o visual da banda que lembra um pouco o B-52. No Filme Six-String Samurai toda a trilha sonora é assinada pelos Red Elvises que é um espécie de coletânea de seus trabalhos.

Torrent | 14 albuns Red Elvises





















1. Dialogue, Red Elvises, Brian Tyler / United States of Russia
2. Brian Tyler / Neverland
3. Red Elvises / Love Pipe
4. Brian Tyler / A Mother's Hand ~ Buddy
5. Dialogue, Brian Tyler / Fly Away Little Butterfly
6. Dialogue / Kill 200 Men
7. Red Elvises / Boogie on the Beach
8. Dialogue / I Do Not Like Rock And Roll
9. Red Elvises / Hungarian Dance #5
10. Dialogue / Arrowed Kid ~ Bowlers on the Floor
11. Dialogue, Red Elvises / Rock'n'Rolling Ourselves to Death ~ Jerry's Got the Squeeze Box
12. Dialogue, Red Elvises / Lonely Highway of Love ~ Scorchi Chornie
13. Red Elvises / My Darling Lorraine
14. Brian Tyler / Astro
15. Dialogue, Red Elvises / Follow the Yellow Brick Road ~ Leech
16. Dialogue, Red Elvises / See You Around Kid ~ Siberia
17. Red Elvises / Good Golly Miss Molly
18. Red Elvises / My Love is Killing Me
19. Red Elvises / Sacred Funeral
20. Brian Tyler / Relentless Sun
21. Brian Tyler / Over the Hill
22. Dialogue, Brian Tyler / Bring His Guitar to Me ~ Sahara Burn
23. Brian Tyler / A Boy and His Spirit
24. Dialogue, Red Elvises / If You Were Me, You'd be Good-Looking ~ Surfing In Siberia
25. Brian Tyler / Dragging a Fallen Hero
26. Dialogue, Brian Tyler / Nice Tuxedo ~ Show Down at Not Okay Corral
27. Dialogue, Brian Tyler / Bend Before the Ways of Heavy Metal ~ Dueling Guitars
28. Brian Tyler / Dream March
29. Brian Tyler / The Great Battle
30. Brian Tyler / End of a Hero ~ Finale
31. Brian Tyler / On My Way to Vegas
Bonus:
32. Surfing In Siberia
33. Don't Stop The Dance
34. I wanna rock'n'roll
35. Ukrainian Dance 13

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Love you More | Curta


Por Pachá

A diretora deste curta, Sam Taylor-Wood, é a mesma do longa Nowhere Boy. Além de trabalhos na área de fotografia e artes conceitual, esta inglesa também manda muito bem na sétima arte. Até agora seus trabalhos na telona tem sempre a alma imersa na musica inglesa. O curta abaixo é uma explicita homenagem aos Buzzcocks.


terça-feira, 12 de abril de 2011

A Freira e a Tortura 1983

Por Pachá
Baseado na peça teatral de Jorge Andrade. A Freira e a Tortura, dirigido por Ozualdo Ribeiro Candeias não esconde o aspecto e dinâmica de teatro, exceto pelas atuações duvidosas de Vera Gimenez e David Cardoso, este ultimo tentando dar um ar de macho alfa a lá Valadão, mas o resultado é uma caricatura do próprio personagem.

A fotografia e as locações tiveram melhor tratamento e em certas cenas nos passa a realidade da periferia de uma grande cidade como São Paulo.A história fala sobre uma freira, Gimenez que realiza trabalho social em uma favela e durante uma batida da policia, é dada como subversiva pelo delegado, Cardoso que comanda essa investigação. E como consequência é presa sem direito a sequer um telefonema, no comportamento de praxe da policia durante a ditadura. E como tal passa a ser torturada para delatar seus “companheiros subversivos”.

O filme se desenvolve praticamente dentro de uma delegacia onde existem todos os tipos do universo carcerário; o tarado, a ninfomaníaca e os sádicos, estes últimos quase sempre na figura do carcereiro. Vejo nesse ambiente a maior tortura para uma freira, que mesmo diante de tal inferno na alegoria de Ozualdo, mantém inabalável a sua fé na igreja e em Deus. Porém, a freira não resiste ao poder do amor e se apaixona pelo seu algoz, o delegado. Este desenlace é pobre, talvez pelas interpretações dando um ar de filme trash de presidiárias calcado, sobretudo na nudez e cenas eróticas. O ar pudico de Vera Gimenez nas cenas de nudez chega a ser kitsch com teor tragicômico em sua participação com David Cardoso. O DVD que assisti faz parte da coleção filmes anos 80 do cinema nacional que vale e deve ser conferido como entendimento do cinema nacional durante a tal década perdida.

Elenco
David Cardoso
Vera Gimenez
Sérgio Hingst
Cláudia Alencar
Sônia Garcia
Eddio Smânio
Wilson Sampson
Elizabeth de Luiz
James Cardoso
David Cardoso Júnior
Evelise Olivier
Luiz Vargas
Lígia de Paula
Claudinei Motta
Milton Do


segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Grande Golpe

Por Pachá
Dashiell Hammett foi um dos precursores do estilo noir na literatura que influenciou e influencia escritores mundo afora, estilo predominante do cinema nas décadas de 40 e 50. Embora tenha escrito poucos livros, deixou uma quantidade considerável de contos, sempre abordando o submundo do crime, seja este organizado ou apenas golpistas de ocasião.

O Grande Golpe reúne dez desses contos, no qual o seu alter ego, detetive Sam Spade imortalizado na figura de Bogart em O Falcão Maltes, se não o mais famoso pelo menos o mais conhecido livro de Hammett, levado às telas por John Huston. Sam Spade detetive perspicaz desfila pelo universo de escroques, vigaristas, aproveitadores, corruptos e todo tipo de individuo a margem da sociedade, porém sempre mantendo certa dignidade e sem perder sua humanidade. Um dos motivos para que o estilo de Hammett ganhasse adeptos, foi o seu caráter realístico do submundo do crime, sem subterfúgios românticos, talvez por ele mesmo, Hammett ter trabalhado como detetive particular durante boa parte de sua vida, só largando para se dedicar em tempo integral a literatura.

Outro ponto visível em sua narrativa é o seu amplo conhecimento de cultura geral como; política, sociedade, filosofia o que reflete certa erudição de quem se preocupa em pesquisar o tema não de forma superficial, e sim de forma minuciosa. As 500 páginas de contos de O Grande Golpe tem o prefácio de Lilliam Hellman escritora que tinha em Hammett grande amigo e companheiro. Lilliam foi de grande suporte para Hammet que tinha grande apego por bebida alcoólica, vicio que só piorou quando foi preso na operação “caça as bruxas” do governo John McCarthy ao se negar a colaborar com as atividades comunistas na indústria cinematográfica de Hollywood na década de 50, época em que Hammett trabalhava quase que exclusivamente para os grandes estúdios. Após esse fato seu trabalho diminui em quantidade e qualidade.

Dashiell Hammett nasceu em 1894 em Maryland e viveu boa parte de sua vida na Filadélfia e Baltimore e morreu em 1961em Nova York.

Os contos em O Grande Golpe.
O saque de Couffignal;
Papel de pegar mosca;
O rosto chamuscado;
Esse negócio de rei;
O caso Gatewood;
Mulheres amarelas mortas;
Saca-rolhas;
Tulipa;
O grande Golpe
Dinheiro sujo de sangue.

Livros:
Seara Vermelha (1929)
O falcão maltês (1930)
A chave de vidro (1930)
Mulher no escuro (1933)
Continental OP (1945)

domingo, 10 de abril de 2011

Second Skin (Matadora de Aluguel)


Por Pachá
O elenco é atraente, Natasha Henstridge, Peter Fonda etc. mas o filme é fraco com desfechos clichês até o ultimo minuto de filme e portanto um péssimo exemplo do gênero policial. Natasha até que se esforça mas como mulher fatal e assassina, é muito para ela. Peter Fonda é o melhor em cena, mesmo tendo poucas falas ele convence como vilão mau até o caroço. Os demais atores, Angus MacFayden (coração valente) está de péssimo para o vomito total, Liam Waite está apenas sofrivel. Quem dirige a bagaceira é Darrel james Rodt. 



sábado, 9 de abril de 2011

The Good Thief 2002


Por Pachá
Esse filme é um remaker de um clássico francês, Bob, Le Flambeur de 1956 que conta a história de um assalto a um cassino. Neil Jordan pega o tema e o recria nas ruas de Nice e Monte Carlo e no papel de Bob escala Nick Nolte em uma de suas melhores interpretações, em minha opinião.

O cinema de Neil Jordan é de personagem, foi assim com Traídos pelo Desejo 1992 e Entrevista com Vampiro 1994, ou seja, toda a trama do filme depende desse personagem e com muita competência Nick Nolte deu conta do recado e dá vida a Bob um ex-ladrão que agora é apenas viciado em jogo e heroína, mas de coração bom, dai o titulo. Nick Nolte na época estava se recuperando do vicio em drogas o que só deu mais veracidade ao personagem. Como próprio Jordan diz na versão comentada por ele, sua preocupação não foi com os detalhes do plano para roubar o cassino e sim com o personagem, mas ainda sim a trama ficou bem convincente.

Bob ao perder seus ultimos francos em apostas de cavalo é convencido por Raoul (Gerard Darmon) a planejar um audacioso assalto a um cassino em Monte Carlo. Bob ajudado por Said (Ouassini Embarek) e Anne (Nutsa Kukhianidze) se livra do vicio e se empenha nos planejamento do assalto. Curioso notar que o roteiro faz questão de mostrar a nêmesis, ou seja, Bob faz seu plano sabendo que alguém do grupo irá trai-lo. O desenrolar da trama é muito bem arquitetado por Jordan que utiliza as ruas e becos de Nice para criar ambientes de contravenção, o mundo de Bob. A iluminação e movimentos de câmera é algo muito interessante do filme que está sempre utilizando ângulos e cores nada usual para os filmes do gênero. O elenco tem também a participação de Emir Kusturika como um expert em alarmes de segurança. Tchékey Karyo como o policial Roger que não acredita na reabilitação de Bob e por isso está em seu encalço e a sex atriz novata, Nutsa como Anne. Bem, mas para isso é preciso assistir ao filme que é diversão garantida e um bom representante dos filmes de assalto.




sexta-feira, 8 de abril de 2011

La Cité des Enfants Perdu 1994




Por Pachá

Os filmes de Jean Pierre-Junet são sempre um espetáculo visual, seja pela excêntrica mistura do fantástico ao real, seja pelo seu caráter de fábula. A cidade das crianças perdidas assim como Delicatessen 1991 tem essa marcante característica do diretor. Por vezes, talvez por olhares mais simplistas seus filmes podem ser denominados como infantis, com personagens sem muita profundidade e que seus filmes são amparados apenas pelo design visual do gênio criativo de Marc Caro, e a fotografia em tons verde escuro com visual dark que nos remete as histórias de Maurice Sandak, de Where the wild things are.

Em cidade das crianças perdidas o elemento principal é a fábula. Em uma embarcação no meio do oceano há um maligno senhor Krank (Daniel Emilfork) que rapta criancinhas e através de uma traquitana engenhosa, um cérebro dentro de um aquário que tem dores de cabeça crônicas, rouba os sonhos dessas crianças uma vez que este cientista maluco não consegue sonhar e como as crianças raptadas são assombradas por Krank, este acaba tendo os pesadelos delas e por isso se diz mau. Quando o pequeno Denrée é raptado, seu irmão One (Ron Perlman) parte para encontrá-lo e logo conta com a ajuda de um grupo de crianças órfãs lideradas por Miette (Judith Vittet) e na jornada para chegar até Krank, One e o grupo de crianças viverão muitas aventuras. A Cidade das crianças perdidas é contemporâneo a Jurassic Park 1993 e creio residir neste fato seu desconhecimento pelo grande publico. Vale citar também que Junet dirigiu Alien a Ressurreição 1997 que é muito fraco, embora os 10 minutos iniciais tenham a marca de Junet, e é até convincente, mas depois é uma serie de equívocos com a franquia Alien.



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Swidle (Golpe Perfeito)

Por Pachá
Escrito e dirigido por K.C Basco esse filme tinha tudo para ser um grande representante do gênero, mas eu não sei o que se passa pela cabeça de um diretor, creio que lhes faltam, as vezes conhecimento cinematográfico, digo faltam-lhes horas em frente a tela assistindo a filmes do gênero, leitura do gênero, não sei, eu realmente não sei. A história é bem desenrolada até a metade do filme criando um expectativa de um golpe que vai surpreender o espectador, mas é tudo de um amadorismo sem precedentes. Tom Sizemore, ator versátil também atua em filmes pornôs, é Seth um policial que se infiltram em um guangue altamente qualificada que pretendem assaltar um grande banco, enquanto o assalto não acontece Seth vai ganhando confiança do chefe do grupo, Sherilyn Fenn, ele mesma, a sapeca de Twin Peaks, até que convence como cabeça de um bando bem "intencionado".  O golpe em si é uma grande piada e final é de não conter o vomito de tão bobão.


Tom Sizemore - Seth George
Sherilyn Fenn - Sophie Zenn
Dave Foley - Michael Barnes
Conrad Pla - Cisco
Katie Griffin - Judy



terça-feira, 5 de abril de 2011

Jogo Subterrâneo

Por Pachá
Como muitos filmes brasileiros, Jogo Subterrâneo passou despercebido pelo grande publico nacional.

Dirigido por Roberto Gervitz o filme narra a monótona e estranha rotina de Martin (Felipe Camargo) que enquanto não está tocando piano em bares como forma de ganhar a vida, gasta seu tempo percorrendo as estações metroviárias de São Paulo em um exercício de paciência e sonho para encontrar a mulher de sua vida.

O jogo consiste em escolher uma rota qualquer, entrar em um vagão, escolher uma mulher qualquer, exercitar a imaginação criando uma rota para essa mulher e caso ela o faça tal qual ele imaginou, está é a mulher de sua vida, é um jogo árduo repleto de frustrações e esperança na incerteza.

O drama toma ar sério quando nesse jogo ele conhece Ana (Maria Luiza Mendonça a eterna Buba) e ao mergulhar no mundo dela Martin sai de sua zona de conforto ao mesmo tempo em que se dá conta do sentimento por essa estranha que não encaixa com a mulher que ele idealizava em seu jogo.

O longa é baseado em um conto “Manuscrito Encontrado em um Bolso”, de Julio Cortázar. As atuações são corretas tanto de Felipe Camargo, quanto Buba que estão em perfeita sintonia com personagem e roteiro. A produção é bem acima da média dos filmes nacionais e as locações nas estações do metrô são bem feitas e criam a solidão das multidões, dos tão próximos e tão distantes. Roberto Gervitz que crio na década de 70 filmes com teor politico nos traz um filme leve ao mesmo tempo que inquietante.


Título Original: Jogo Subterrâneo
País de Origem: Brasil
Data de Lançamento: Setembro 2005
Ano de Produção: 2005
Diretor: Roberto Gervitz
Elenco: Felipe Camargo, Maria Luisa Mendonça, Julia Lemmertz, Daniela

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Danger Diabolik 1968

Por Pachá
Criado em 1962 pelas irmãs italianas Angela e Luciana Giussani, Diabolik é um astuto e meticuloso ladrão. Lançado em revistas em estilo americano Pulp. Diabolik é a encarnação do anti-herói que rouba por prazer.

Em 1968 as HQs de Diabolik ganha versão nas telas pelas mãos de Mário Bava o mestre italiano do terror gótico. É dele o clássico A mascara do Demonio. Diabolik é vivido por  John Philp Law  o mesmo que faz o anjo no filme Barbarella de 1967. O filme tem cores bem bacana na fotografia de Antonio Rinaldi e transmite com competência e ar moderno para época, o psicodelismo e a cultura pop. O roteiro é basicamente o das HQs, Diabolik arquitetando mirabolante planos para se apossar de dinheiro jóias e tudo que for valioso apenas pelo prazer do desafio. Diabolik é uma antítese de James Bond, mas possui o mesmo gosto refinado para mulheres e carros. No elenco ainda tem a gatíssima Marisa Mell como a Diabolik Girl  Eva Kant, que não deixa nada a dever a qualquer bond girl.
Entre os anos 60 e 70 o movimento giallo invadia os cinemas, e tinha referência no papel amarelo no qual eram publicado literatura de suspense e terror na Itália. Daibolik surge com essa mesma proposta, só que nos quadrinhos. Mario Bava que já havia se firmado como grande expoente desse movimento com filmes com estética própria, de cores e atmosfera que foi muito bem incorporado a Diabolik.

A produção lembra em muito os filmes de James Bond o que significa que o orçamento não era nada modesto para os padrões da época. E claro, a trilha sonora é composta por Enio Morricone.

O roteiro esta mais para sátira aos filmes policias, e deixa claro a mensagem de que o crime compensa, porém nada para se levar a sério, já que personagem é excêntrico milionário e larápio estiloso que só o cinema pode conceber, assim como as peripécias de James Bond. E mesmo trazendo estórias fantasiosas, é bom frisar que tanto os quadrinhos, como o filme estavam na contracultura, dado que na época o que reinava eram heróis, e mesmo despojados de maiores virtudes, como é o caso do estilo noir, ainda sim pregavam o menagem de que o crime não compensa. Agora imagine tal história onde bandido sempre se dá bem, e ainda por cima criado por duas mulheres.



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domingo, 3 de abril de 2011

The Hunted 2003


Por Pachá
Quem assina a direção desse suspense é ninguém menos que Mr. Friedkin que já fez entre outros, Viver e Morrer em L.A, Operação França. No elenco está Benício Del Toro como a máquina assassina criada pelo o exercito e que está fora de controle, nada que você não conheça de Rambo I. No outro lado temos o homem que o treinou Tommy Lee Jones. 

As interpretação estão coerente com a trama que é muito bem tecida, pelos dedos e o olhar experiente de Mr. Friedkim que tenta a todo momento fugir do padrão de filme suspense em voga. Tirando o fato de ser dirigido por William Friedkim há um linha no filme que sempre me agradou e ganhou minha atenção desde o seu lançamento, quando o personagem de Del Toro é preso ele indaga a agente do FBI "O que aconteceria se tivéssemos uma espécie acima da nossa na cadeia alimentar, e que esta espécie de alguma forma não estivesse satisfeito conosco. Como seria?" Essa e outra cenas mostra todo uma preocupação com a vida selvagem por parte da direção. 

Um bom filme sem dúvida e trilha sonora de encerramento é matadora, Mr. Johnny Cash com The Man Comes Around.

sábado, 2 de abril de 2011

Viver e Morrer em L.A 1985


Por Pachá

To live and die in L.A é um verdadeiro exemplo de filme policial como um filme de ação deve ser, o diretor William Friedkin já vinha de sucessos estrondosos em filmes de extremos, o ótimo filme policial Operação França de 1971 e o filme de terror que marcou uma geração O Exorcista de 1973, mas a veia de Friedkin é mesmo para os filmes policias e ele pegou a obra de Gerald Petievich de mesmo titulo e o colocou nas telas em uma época onde os filmes engraçadinhos estavam na moda, um tira da Pesada I e II.


Live and die in LA é violento e não só de uma violência física, pois há sangue  jorrando, como também de uma violência social dado que a policia que deve nos proteger muitas vezes se confunde com os bandidos. Não há heróis, o roteiro deixa isso bem claro, há apenas a irracionalidade humana que sempre tenta justificar um erro com outro, e é assim a vida do policial Richard Chance (William Petersen) que numa tentativa de corrigir algumas pisadas de bola vê na oportunidade de prender o ardiloso criminoso e falsificador de cédulas Eric Masters (Willem Dafoe) seu passe para uma aposentadoria segura, só que assim como na vida real nada vem de graça. As interpretações são convincentes, não há uma só participação por menor que seja que não esteja entrosada com a trama tornando o filme de uma fluidez carregada de apreensivo suspense a cada quadro. Friedkin certamente influenciou e  redefiniu a forma de se fazer filmes policias em Hollywood. Se você gosta de filme policial e nunca assistiu a Live and Die in L.A você tem que corrigir tal falha o quanto antes. 


The French Connection - 1971
O Exorcista - 1973
Cruising (Parceiros da Noite) - 1980
Live and die in L.A - 1985
Jade - 1995 (Este um amargo fracasso no currículo de Friedkin)



Elenco
William Petersen .... Richard Chance
Willem Dafoe .... Eric Masters ('Rick')
John Pankow .... John Vukovich
Debra Feuer .... Bianca Torres
John Turturro .... Carl Cody
Dean Stockwell .... Bob Grimes
Steve James .... Jeff Rice
Robert Downey .... Thomas Bateman
Michael Greene .... Jim Hart
Christopher Allport .... Max Waxman
Jack Hoar .... Jack
Valentin de Vargas .... juiz Filo Cedillo
Dwier Brown .... médico
Michael Chong .... Thomas Ling

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Six-String Samurai


Por Pachá

Com uma narrativa criativa, bacana e trash six string samurai é uma espécie de fábula apocalíptica rock. No auge da guerra fria os russos, em 1957, bombardeiam os EUA e invadem a América. Após 40 anos a América é uma terra inóspita habitada por mutantes onde o rock in roll dá o tom e Elvis é o Rei. Mas até os Reis morrem e Lost Vegas precisa de um substituto a altura. E logo todos os músicos aspirantes a rei se dirigem para Lost Vegas, mas apenas um deve reinar.


A caminho de Lost Vegas, como muitos, está Buddy (Jefrey Falcon) um guerreiro do rock que vai abrindo seu caminho no fio de sua espada. Para quem assistiu a El Topo vai perceber certa semelhança, guardando as devidas proporções é claro. Mas o filme de Mungia é uma chacota bem bacana e criativa com várias referencias musicais, basta ver o visual de Buddy que lembra o próprio Buddy Holly, a Morte com visual à Slash do Guns, seus cupinchas lembram os Fields of the Nephllin e a própria trilha sonora toda rockbilly do Red Elvises.

A ideia de colocar a morte como sucessor de Elvis é genial e mais genial ainda é saber que se ela destronar todos os concorrentes o tom do novo Rei será o Heavy Metal. Tecnicamente o filme é correto dentro da estética trash, com visível esforço e criatividade para montar cenários e criar o clima pos-apocalipto à Mad Max. Mas o forte mesmo é atuação de Falcon que também assina o roteiro. Verificando IMDB de Mungia o cara não fez muitos filmes e os poucos que fez creio  ser Six-String Samurai o mais interessante.