terça-feira, 5 de julho de 2022
Esculpir o Tempo
sábado, 2 de julho de 2022
Amarelo Manga
Era uma quarta feira, dia 29 de junho, e após 20 anos do lançamento do filme em circuito nacional, Amarelo Manga é exibido em 35mm no EstaçãoNet. É muito interessante perceber como uma obra resiste a maior prova, que é a prova do tempo. Tarkovski escreveu que o tempo é que defini se uma uma obra é arte ou uma reprodução equivocada de uma realidade.
Ao rever Amarelo Manga na telona, fiquei com o mesmo incomodo de quando o assisti pela primeira vez no Festival do Rio, achei e continuo achando desnecessário a cena do matadouro, em que é mostrado o abate. Na época essa cena foi estimulo para minha primeira tentativa de parar de comer carne, mas esse vegetarianismo durou alguns meses. Hoje já não como carne vermelha a dois anos e a cena reforçou minha convicção de continuar e parar de comer também qualquer tipo de carne de origem animal.
O filme continua visceral, com atuações primorosas. A personagem principal, a cidade de Recife e o rio Capibaribe são delineados pela câmera de Walter Carvalho, e como canta a galera do manguebeat, "a cidade não para, a cidade só cresce..." é um extra campo formidável, pois sabemos ou ficamos com a sensação a cada cena, que ali do lado o rio acompanha seus atores sociais, ainda que estes não sejam muito cuidadosos no trato do rio.
Um outro ponto na fotografia, é a crueza do universo, e este não é criado, o Texas Hotel é aquele mesmo, o bar avenida é real, se há o aspecto cênico é justamente pelo fato de que a realidade precisa da ficção e o salva guarda da linguagem cinematográfica. E nesse ponto o trabalho de Miguel Rio Branco no início dos anos 80, no bairro Maciel em Salvador é uma das referências mais nítidas, até porque os universos são bem parecidos.
O moralismo e libido é a linha condutora dos personagens de Dira Paes e Chico Dias e junta-se a eles Dunga vivido por Matheus Nachtergaele. O mesmo se dá com Isaac (Jonas Bloch) e Ligia (Leona Cavalli) só que esses sabem que o pudor é uma forma pouco eficaz de controle das pulsões. Lígia vive sufocada por um universo machista. Isaac um arrivista com estranhos prazeres. Não há qualquer aprofundamento dos personagens, e a trama se passa entre o amanhecer e o anoitecer, ou seja, não há subversão do tempo, este está na cronologia do tempo real, do relógio.
A interpolação dos personagens são bem conduzidas pela direção de Claudio Assis que levou a risca a máxima de Tosltoi, se quiser falar do mundo, comece primeiro pela sua aldeia. E o que ficou impresso na película, é isso, uma cidade, um bairro que abriga os mais diversos tipos dos quais o diretor tem profundo conhecimento, e isso é fundamental para conferir a veracidade interna de uma obra.
Amarelo Manga em minha percepção é uma das obras primas do cinema nacional em um ano que nos deu, Cidade de Deus, O invasor etc...e quebrou o eixo Rio-SP nas produções.
sábado, 11 de junho de 2022
Natimorto
sábado, 21 de maio de 2022
Os Filhos de Duna
quinta-feira, 19 de maio de 2022
The NorthMan
domingo, 15 de maio de 2022
Luzifer
terça-feira, 10 de maio de 2022
Sofi Tukker
Duas coisas chamam atenção do duo para o público brasileiro, algumas canções em português, já que Sophie que é alemã morou no Brasil e adora o idioma e cultura tupiniquim. A outra é a sua semelhança com atriz Ana Paula Arósio. A dupla não é inteiramente desconhecida já que se apresentou no Lolapalooza SP 2018 e por ter sido indicado ao grammy de música em português em 2017.
O segundo trabalho da dupla aposta nas batidas que os tornaram conhecidos, como "drinkee", "matadora", "energia"...
Clipe música kakee
segunda-feira, 9 de maio de 2022
You Won't be Alone
sábado, 7 de maio de 2022
Throne of Blood
quinta-feira, 5 de maio de 2022
X
quarta-feira, 4 de maio de 2022
El Prófugo
terça-feira, 19 de abril de 2022
The Batman
As 3 horas de filme, com cenas cheias de detalhes, fica claro que o diretor teve muita liberdade de criação e tomada de decisão quanto a estética do filme, e nada é mais claro que a opção por uma trama com eventos 99% noturnos, como é a dinâmica de um morcego. A cena de luta no corredor na qual o brilho dos disparos de armas é a única luz, é também uma mostra da ousadia da direção, ainda que prejudique em muito as cenas de lutas, que em minha opinião seria o ponto forte de uma filme de super heróis, e mais uma vez não é o que se vê, ao contrário, o que vemos é uma coreografia de simples movimentos mas com muita velocidade em lutas que mais parecem brigas de rua, nada mais crível para um super herói sem poderes, não é mesmo...
sexta-feira, 11 de março de 2022
El Perro Que no Calla
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
Saint Maud
A atuação de Morfydd Clark é muito boa e encarna uma personagem cuja narração de sua própria realidade é fruto de uma mente em processo de danos "irreversíveis". Os demais personagens servem para contrapor essa realidade e não deixar qualquer dúvida quanto a realidade de Maud.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
High and low (Céu e inferno)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
Messias de Duna
O segundo livro da saga de Duna tem uma trama ancorada em uma conspiração contra Paul Atreide, Muad' dib,Usul ou Kwisatz Haderach para as Bene Gesserit.
Após destronar o imperador Shaddam Corrino IV, Paul é tomado pelos fremens como um deus, e assim como profetizou as suas visões, os fremens partiram para o jihad em nome de Muad'Dib conquistado outros planetas. Isso inflou a ira de outras casas, mas principalmente da corporação, das Bene Gesserit e Bene Tleilax, esta bem mais maquiavélica que as Gesserit. Os tleilaux (dançarinos facial) são uma organização que assim como as Gesserit praticam a eugenia para alcançar linhagens que promova o equilíbrio entre os poderes, desde que seus interesses sejam preservados.
Frank Hebert cria uma narrativa mais densa, e expande ainda mais o universo de Duna, ainda que seja mais curta que o livro um. Nesse continuação há todo o trabalho de diálogos e construção de personagens, seus conflitos e intenções, conferindo uma ferrenha briga pelo poder, que quando bem conduzida é sempre mais atraente que a luta aberta. Esse livro pode ser visto como o desfecho do livro um, em comunhão com ditado, chegar ao poder é uma coisa, se manter nele é uma outra coisa.
Refém do próprio poder, a presciência, pois quanto mais futuros possíveis Paul consegue vislumbrar, mais é consumido pela ação, e como todo herói trágico, Paul sente o peso de suas ações e a todo custo tenta se afastar dessa jihad, mesmo que para isso tenha que fazer sacrifícios, e quanto mais ele tenta evitar eventos futuros, mas ele fica refém das ações no presente
É possível perceber nesse volume o quanto o universo star wars e game of thrones bebeu nessa fonte. E não só eles, Philip K. Dick também foi muito influenciado pelo universo de Duna.
Livro subestimado pelo público em geral, que esperava mais batalhas, e esquece que a batalha interna, contra aqueles que rodeiam o imperador-deus, tentando usurpar o trono também tem seus atrativos.